Aplicações de Derivadas - Introdução

Funções Inversas

Tal como a subtração é operação inversa da soma e a divisão é a operação inversa da multiplicação, vale a pena pensar se existe alguma função que seja a inversa de uma função \(f\) dada. Caso exista, denotamos a inversa por \(f^{-1}\). Nesse caso, se aplicamos uma função e sua inversa consecutivamente (por composição), ou vice-versa, seria como se nada tivéssemos feito. Vamos ver que dada uma função com expressão \(y=f(x)\) que admita inversa, então a sua inversa terá uma expressão da forma \(x=f^{-1}(y)\). Geometricamente, veremos que os gráficos de \(f\) e de \(f^{-1}\) são simétricos em relação à reta \(y=x\), como podemos ver na figura abaixo.

Em seguida veremos com algum detalhe os exemplos das funções trigonométricas inversas. Para este assunto deve ler as seções Funções Inversas e Inversas das Funções Trigonométricas e em seguida assistir o segundo vídeo (Funções inversas). Depois deve continuar resolvendo a segunda parte da lista de exercícios.

Assista à videoaula "Funções Inversas"

Nem sempre é fácil saber se uma função tem uma inversa. O Teorema da Função Inversa se propõe a estabelecer condições que garantam a existência de uma função inversa além de apresentar como calcular a derivada da função inversa. Para mais detalhes sobre este Teorema deve ler a seção Teorema da Função Inversa, depois assistir o terceiro vídeo (O Teorema da Função Inversa) e finalmente terminar de resolver a lista de exercícios.

Assista à videoaula "O Teorema Da Função Inversa"

Derivação Implícita

Até agora, trabalhamos com derivadas de funções definidas explicitamente por suas expressões, na forma $y=f(x)$. Porém, algumas equações com variáveis $x$ e $y$ podem definir, em alguns pontos, o $y$ como função de $x$, isto é, $y=y(x)$. No applet abaixo, por exemplo, em todos os pontos da curva, exceto aqueles em vermelho, há uma vizinhança em torno do ponto no qual a curva é o gráfico de uma função $y(x)$. Mova o ponto verde e veja uma vizinhança em torno da qual se tem $y=y(x)$.

É natural, portanto, pensarmos na derivada desta função, que pode ser obtida por meio de derivação implícita, como será visto no texto e no vídeo. Este processo consiste em derivar os dois lados da equação, considerando o $y$ como função de $x$, aplicando a regra da cadeia se necessário.

No exemplo do applet, se a curva é dada por

\begin{equation}9x^2 + 16y^2=144\end{equation}

que deve ser entendida como

\begin{equation}9x^2 + 16\left(y(x)\right)^2=144\end{equation}

derivando ambos os lados, temos

\begin{equation}18x + 32\,y(x)\,y'(x)=0.\end{equation}

Note que aplicamos a Regra da Cadeia para derivar

\begin{equation}\left(16\left(y(x)\right)^2\right)'=32\,y(x)\,y'(x).\end{equation}

Aqui, estamos indicando por $y'(x)$ a derivada de $y$ em relação a $x$, que também poderíamos escrever como $\dfrac{dy}{dx}$.

A partir desta técnica, resolveremos alguns problemas como, por exemplo, o da determinação de retas tangentes a curvas.

Assista à videoaula "Derivação Implícita: Exemplos com Curvas Algébricas"

Taxas Relacionadas

Neste tópico, estudaremos como estão relacionadas as derivadas de grandezas que estão relacionadas entre si por meio de uma equação. Estas derivadas serão, normalmente, em relação ao tempo, e representarão as taxas de variação das grandezas.

Por exemplo, no applet abaixo, que ilustra um problema clássico no tema, no qual um objeto está apoiado no chão e na parede.

As grandezas $x$ e $y$ estão relacionadas pelo Teorema de Pitágoras, ou seja:

\begin{equation}x^2 + y^2 = 25.\end{equation}

Se, por algum motivo, a grandeza $x$ varia (a base do objeto pode estar escorregando, cuidado!), a grandeza $y$ também irá variar. Reescrevemos a equação pensando nestas grandezas como funções do tempo $t$:

\begin{equation}\left(x(t)\right)^2 + \left(y(t)\right)^2 = 25.\end{equation}

Derivando os dois lados em relação ao tempo, temos

\begin{equation}2x(t) \cdot\frac{dx}{dt}(t) + 2y(t)\cdot \frac{dy}{dt}(t) = 0.\end{equation}

Se soubermos, por exemplo, que a base escorrega com velocidade constante, digamos, 1 m/s, teremos $\frac{dx}{dt}(t)=1$ para todo $t$, portanto

\begin{equation}2x(t) \cdot 1 + 2y(t)\cdot \frac{dy}{dt}(t) = 0.\end{equation}

Logo:

\begin{equation}2y(t)\cdot \frac{dy}{dt}(t) = - 2x(t) \quad \text{e portanto} \quad \frac{dy}{dt}(t) = -\frac{x(t)}{y(t)}\end{equation}

Esta expressão nos dá a velocidade com que o ponto apoiado na parede está caindo. Repare que a derivada é negativa, mostrando que, de fato, a grandeza $y$ diminui (o apoio cai!).

Outros exemplos serão trabalhados no texto e no vídeo.

Assista à videoaula "Um Exemplo de Problema de Taxas Relacionadas"