[em Construção]
Teorema de Stokes (no espaço)
Teorema 1
Seja uma porção de uma superfície regular dada por , onde , e são funções de classe num aberto que contém . Seja um campo vetorial cujas componentes têm derivadas parciais contínuas em um aberto que contém . Nestas condições tem-se
onde é uma curva cuja a fronteira de é orientada positivamente em relação à normal
Ao expandir toma a forma:
Exemplo 1
Considere uma superfície que uma porção do plano e um campo vetorial que possui componentes apenas no plano, nestas condições podemos ver que .
Calculando o rotacional temos
e aplicando o teorema de Stokes
Aqui o vetor . Olhando a expressão vemos que obtivemos o teorema de Green. Podemos dizer que teorema de Stokes generaliza o teorema de Green para o espaço.
Orientação
Sejam uma superfície regular orientada e um campo de vetores normais unitários. Dizemos que o bordo de uma região , , está orientado positivamente se, ao caminhar ao longo de , com a cabeça no sentido de , a região fica sempre a nossa esquerda.

Veja o relógio no braço esquerdo sobre a região
Para descidirmos qual o sentido em que deve ser percorrido devemos utilizar o famoso "método da mão direita", o qual consiste em determinar para onde o indicador será apontado, se exigirmos que o dedo maior aponte para dentro da região e o polegar aponte na direção da cabeça do homem caminhando sobre que é a mesma da direção do vetor .
Um outro critério que você pode usar para decidir se a orientação escolhida é a adequada é olhar para a superfície de forma que todos os vetores unitários normais estejam apontados para você, a curva deve então estar orientada no sentido anti-horário.
Observe que no exemplo anterior o deve ser escolhido no sentido anti-horário, uma vez que o vetor normal
Exemplo 2
Sejam um campo vetorial, e é a superfície que é a parte do paraboloide que está dentro do cilindro , com o vetor normal escolhido de tal forma que . Nestas condições calcule .
Para calcular precisamos inicialmente calcular , então
Para calcularmos precisamos obter uma parametrização para . Considere , com a restrição ao disco . A partir desta contas percebemos que vamos precisar realizar muitas outras contas. Então na expectativa de economizar todas estas manipulações vamos ver o que acontece quando utilizamos o teorema de Stokes.
Vamos orientar no sentido positivo, que neste caso a curva fica orientada no sentido anti-horário. A equação vetorial de é: , com . Derivando, .
Como fica subentendido no exemplo podemos pensar a superfície no espaço sendo delimitada pela curva , como se fosse um laço de arame que você acabou de mergulhar no sabão, e fosse o início de uma bolha de sabão emergindo do laço. Fica claro que o resultado desta integral vai ser o mesmo para qualquer outra superfície, o que importa é o laço do arame.
Outra interpretação para o rotacional
Quando é uma curva fechada é comum nos referir à integral como a "circulação´´ de sobre . Graças ao teorema de Stokes podemos interpretar, então, que a circulação de sobre a fronteira de , orientada positivamente com relação à normal é igual ao fluxo do rotacional de através de .
Definimos
Onde é o diâmetro de e isso é maior que todas as distâncias entre dois pontos quaisquer de . Podemos parafrasear isso dizendo: a circulação de sobre é aproximadamente o produto da área de pela componente do rotacional de em , na direção .
Vamos justificar esta reinterpretação do rotacional, para isso sejam uma porção de uma superfície regular por onde , e são de classe num aberto que contém e, um campo vetorial de classe num aberto que contém . Seja ainda, um plano passando por e normal a . Sendo de classe resulta que é contínua em . Assim dado existe tal que para todo
Para a porção da superfície regular , passando por , e com a imagem contida em , teremos
Tomando \sigma de tal forma que o diametro de \sigma seja menor que e dividindo pela área de
Seja é uma curva fronteira de orientada positivamente com relação a , obtemos